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Disse Voltaire:

"Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo.”
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A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade. (Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu?


Muitos de nós podemos pensar que o tempo da ditadura passou há alguns anos. Ditadura que se iniciou com o Estado Novo em 1937, teve seu “break” com o general Dutra, sucessor do primeiro governo Vargas e se consolidou no período Militar a partir de 1694. Mas pensar que os métodos de vigília uma vez empregados hoje estão fora de moda é não ficar atento ao “controle de qualidade” ao qual estamos submetidos.
No período Militar onde a imprensa foi marcada pela censura, noticias, livros, músicas, entre outros, sofreram com a perseguição dos censores, mas agora que convivemos com um regime democrático será que ainda é necessário não um controle, mas um olhar especial para essas produções culturais?
Para não ir muito distante dessa discussão, foi debatida entre profissionais de imprensa, e até parlamentares, quem deveria resolver os problemas da imprensa brasileira, ela mesma ou políticos que propusessem soluções em forma de leis que contribuíssem para a melhoria do trabalho dela. Pois bem, nem tanto foi discutido, nem a imprensa percebeu que poderia rever suas ações, nem os parlamentares tiveram como se envolver com o objeto, já que estão com tantos outros “furos” para poder discutir e achar soluções.
Enquanto isso, fica a sociedade em uma eterna crise. Crise política, crise da saúde, crise de segurança, crise da educação, crise de transportes, crise de comunicação, e não apenas pela ação das greves, mas hora pela omissão ou até pela parcialidade que alguns veículos de comunicação se posicionam.
Vi uma noticia num programa de debates pela Tv que o governo está bem perto da criação de um canal público de informação, salvo os anos de serviços da Tv Cultura (que pode se encaixar nesse modelo). Essa Tv pública poderia servir para a própria imprensa rever conceitos e ações. Não que este canal se transformasse num modelo de como se fazer jornalismo, pois uma vez sendo estatal, estaria à mercê de várias regulamentações e a imprensa privada que controla a informação no Brasil adequar-sei-ia a isto?
Com regulamentação ou não o certo é que com a Tv pública de ditador o Estado não pode ser taxado, uma vez que países desenvolvidos têm canais públicos e existe sob a imprensa privada várias restrições de como se destacar um fato apurado pela imprensa, não deixando é verdade do país ser democrático.
O que é real é que tudo se coloca a culpa na imprensa. Se o país não cresce, a culpa é da imprensa. Se aprovada uma lei, a culpa é da imprensa porque fez pressão para isso. Se um time de futebol perde um jogo coloca a culpa na imprensa. E a imprensa quando erra ou não cumpre seu dever de informar vai colocar a culpa em quem? Uma resposta que também é muito evidenciada é que estamos numa fase de “choque de gestão”. Vai-se entender que tantas gestões são essas que não param de se chocar.
Se até mesmo hoje em tempos de expressão a imprensa faz propaganda contra a censura e a chama de burra, imagino eu o porquê o governo Militar vetou tanta manchete. Na época do milagre brasileiro acredito que teve de se comprar muito capim para suprir a necessidade de informação que a censura proibia.


*Givaldo Cavalcanti

9 comentários:

ivanraio disse...

A classe dominadora é aquele que detem a informação.A ditadura se instalou e logo procurou ceifar na mídia os seus objetivos dominadores,e tal ação ainda hoje é imitada por aqueles que buscam o poder,ou uma forma de calar núcleos de resistência que nos últimos suspiros busca libertar-se dos tentáculos dos plausíveis de voz,que falam aos nossos ouvidos,fazendo com que vista-se,beba-se,comporte-se,ou seja:não se mexa,pois não precisa pensar.

Rogério Soares disse...

A moda da imprensa de contratar “celebridades” para substituir jornalistas profissionais tem sido uma disfunção que detona o jornalismo no Brasil.

A imprensa diz que o povo tem direito de saber tudo o que acontece. É dever da imprensa divulgar o que se passa nos bastidores de tudo, informar a verdade para as pessoas. Bla bla bla. E assim, eles nos informam da verdade deles. Porque o problema é que nem todo mundo sabe que a verdade é adaptável para as diferentes necessidades. E então, cada jornal e cada emissora de tv adapta a verdade a favor de alguém. Os jornais têm os mesmos problemas que os transgênicos: ninguém sabe a quem eles estão servindo. Por isso, deveria vir na primeira página de cada jornal, algo parecido com os rótulos avisando sobre os produtos transgênicos. Imagina se viesse escrito nos jornais e revistas, como VEJA, por exemplo, o seguinte aviso: "esta revista é imparcial em favor dos interesses do PSDB". Acho que assim estaríamos melhores. Os jornalistas, em sua maioria é que deveriam se tornar mais sérios. Afinal, algo precisa ser feito. E com urgência. O que não poderia se encaixar em censura ou controle, mas em regulamentações que realmente funcionem.

Na verdade, quem mais manda na mídia é você, sou eu, somos nós leitores ou espectadores. Editores quebram a cabeça diariamente para nos agradar.
Como disse Paulo Francis, “O mal da imprensa é que ela não ousa mais desagradar ao seu leitor”.

Gil Cavalcanti disse...

tratar mal o leitor!!!hehehe..lembro d uma edição da caros amigos q a capa era:Fulano(nao lembro o nome)"eu odeio dar entrevista a Caros Amigos".

será q vendeu?????? eh uma faca d 2 gumes..

oq o diogo mainardi faz eh algo supra racional.

e ainda tem gente q compra noticias desse nivel!!!!

Anônimo disse...

o que Paulo Francis disse foi desagradar e não tratar mal. Não é possível escrever apenas o que vai agradar a maioria. O problema tá justamente aí. No lucro. Vai vender ou não.

Anônimo disse...

É...
A grande Imprensa sempre foi feita pela elite para a elite, justamente aqueles que foram perseguidos pela Ditadura Militar, hoje estão a frente de grandes meios de comunicação.
Se antes a censura era ideológica e explicita, hoje é oculta e massificante!

J.Junior disse...

"A imprensa diz que o povo tem direito de saber tudo o que acontece. É dever da imprensa divulgar o que se passa nos bastidores de tudo, informar a verdade para as pessoas". (Rogério Soares).

Acho que deveriam estinguir os editores de jornais, telejornais, revistas etc.

Calma!! Não vamos ser tão radicais assim. O Sr. Wilian Boner iria ficar muito triste com uma medida dessa. Mas acredito que seria interessante estar atento sobre quem são os editores de telejornais, jornais, revistas etc.

Mas será que temos essa preocupação em saber se o que estão publicando, informando é de interesse a todos ou se a alguma parcela da população? Será que a grande cobertura da "crise aérea" era de interesse da imensa população miserável deste país?

Por outro lado, que venha a TV Pública! Mas é preciso que estejamos atentos para que os jornais, revistas, telejornais ou outros meios de comunicação não tenham esse "interesse em nos agradar de suas publicações, informações etc". É necessário que tenhamos notícias fidedignas, de triarmos a direção das informações e até mesmo fazer "nossa própria censura".

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

ADOREI SEU COMENTÁRIO!!!
EU QCHO Q QEM DITA A TAL "DEMOCRACIA" É A IMPRENSA Q FAZ SENSACIONALISMO DAQILO Q ALGUEM PAGAR MAIS CARO OU A FAVOREÇA EM ALGUMA COISA, E AS PESSOAS DESCULTURADAS SE ENCANTAM COM AS AMOSTRAS DA TELEVISÃO.

GIL ADOREI SUA CRÍTICA, POIS SOU APAIXONADA POR POLÍTICA. MANDA MAIS Q AGENTE FALA!

Gil Cavalcanti disse...

acredito eu q a ideia da tv pública eh essa mesma: democratizar. ate q fim ressaltaram o principal objeto d analise do texto. referente ao interesse da midia isso eh mt relativo, pois quem comanda a audiencia hj eh o controle remoto.
o ciclo de influencia q o brasil sofre nao eh d hj e se persarmos como faremos para desestabilizar quem controla a informação estaremos dando um passo importantissimo para nosso crescimento.
estamos a beira d uma nova (velha) ditadura na venezuela, e a informação la q ja eh controlada será algo inimaginavel nos dias d hj. e olha q poderiamos pensar q fidel era o ultimo a querer controlar um pais dessa forma hj.
e viva a democracia e o poder da palavra!